Contra tudo e contra todos

Tal como eu havia dito, o Sporting para ganhar este jogo teria de jogar muito mais do que tem feito ultimamente, e a verdade é que todos perceberam isso e a equipa entrou decidida a dar tudo o que tinha, realizando uma excelente 1ª parte, mesmo tendo de correr alguns riscos pouco habituais, que permitiram ao Vitória chegar à nossa baliza com muito perigo por duas vezes, mas aí Rui Patrício respondeu da melhor maneira, como se exige a um guarda-redes de um grande.

O que é certo é que o Sporting fez muito mais do que o suficiente para chegar ao intervalo a ganhar, com a bola a bater por três vezes nos ferros da baliza de Nilson, que ainda fez duas ou três grandes defesas, mas foi impotente para evitar o golo de Carriço, anulado pelos artistas do costume, que já se sabia ao que vinham.

Na 2ª parte o Vitória conseguiu equilibrar o jogo e chegou à vantagem. O Sporting sentiu o golpe e houve um período em que cheguei a pensar que tudo estava perdido, parecia um filme que todos já vimos muitas vezes, com apitos, bandeirinhas e muito azar à mistura a abaterem-se sob as nossas cabeças de uma forma que parece a ser uma fatalidade do destino, contra a qual não conseguimos reagir.

Foi então que veio do banco a resposta, com o improvável nome de Ronny, que contribuiu decisivamente para empurrar os vimaranenses para a sua área, e trouxe à equipa o ânimo que lhe faltava, para numa enorme demonstração de querer e crer, a levar a uma vitória inteiramente merecida, principalmente pelas circunstâncias adversas em que foi conseguida.

No final do jogo Paulo Bento foi outra vez brilhante na forma como se referiu a uma arbitragem que era mais do que previsível da parte de um artista que já todos conhecem e que como o nosso treinador disse e muito bem, só sabe fazer aquilo que fez ontem, e que afinal foi o que o levou à condição de árbitro internacional. O "sistema" é isto. Força Paulo és grande e ao pé desta gentinha és um gigante.

De chorar a rir foi a azia do Cajuda, que no fim do jogo teve o descaramento de dizer que o Vitória não só não merecia a derrota, como se calhar até justificara os três pontos, ao mesmo tempo que elogiava a apaixonada arbitragem com que tinha sido premiado. Incha lampião!

Esta vitória nas circunstancias e da forma como foi conseguida, é a demonstração da capacidade de Paulo Bento para unir a equipa no ataque final ao titulo que este grupo e principalmente este treinador já merecem. Eles acreditaram até ao fim e eu também acredito que vou estar em Alvalade no dia 24 de Maio a festejar a conquista deste campeonato. O meu lugar já está reservado.