A culpa não é só deles

Para não variar a arbitragem continua a ser muito discutida e o principal alvo das criticas de quase todos, e numa altura em que os erros tem sido mais do que muitos, e alguns até inexplicáveis, Vítor Pereira apostou nos dois melhores árbitros portugueses, para os dois jogos da 17ª jornada, que envolviam as quatro melhores equipas nacionais, mas mesmo assim os erros repetiram-se e a polémica continua.

Normalmente sou bastante critico em relação aos árbitros, muitos deles maus de mais para arbitrarem jogos no futebol amador e outros habilidosos e tendenciosos, subservientes a quem os fez subir na carreira, mas desta vez penso que Jorge Sousa e Pedro Proença tem atenuantes.

A equipa de arbitragem que esteve em Alvalade estava claramente condicionada pelo "trabalho" que o treinador e os dirigentes do Braga fizeram ao longo da semana, aproveitando os roubos de que foram alvo na Luz e no Dragão, para repetirem até à exaustão que se os deixassem poderiam jogar de igual para igual com o Sporting e a verdade é que desta vez os árbitros não só deixaram, como nos casos de maior dificuldade de julgamento decidiram invariavelmente a favor deles.

Quando Vukcevic foi atropelado à entrada da área, Jorge Sousa não só não marcou a correspondente falta, que segundo as novas determinações seria penalti, pois o contacto terminou já dentro da área, como mostrou amarelo ao montenegrino, enquanto o seu fiscal de linha conseguiu ver a bola dentro da baliza do Sporting, naquele que foi o terceiro golo do Braga, quando nem após 999 repetições, com imagens paradas e tudo, é possível ter a certeza de que foi golo, mesmo que no melhor ângulo de visão captado pela câmara dê a sensação de que não foi.

No Porto Lizandro mergulhou com perfeição. Confesso que no movimento normal não tive duvidas, era penalti, terei visto o mesmo que Pedro Proença e sido iludido da mesma forma pelo argentino aldrabão.

O resultado é que não só a verdade desportiva destes dois jogos foi adulterada, como hoje estes dois árbitros vão estar debaixo do fogo de adeptos, jornalistas, comentadores e até dirigentes, treinadores e jogadores, mas desta vez o Salvador não irá fazer queixa ao Ministério Público, o Jesus não dirá que só na PlayStation é que pode ganhar, enquanto o Jesualdo voltará a afirmar que não fala de arbitragem e o Lizandro dirá que se o árbitro marcou é porque foi falta.

Concluindo, não é fácil ser árbitro e ter de pagar também pelas atitudes reprováveis daqueles que tanto os criticam, e não é fácil navegar neste mundo da bola, cheio de aldrabões e jogadas de bastidores, onde quem marca a diferença pela sua postura elevada, é invariavelmente comido por "anjinho".