As dúvidas de Paulo Bento

Uma das primeiras criticas de que Paulo Bento foi alvo, prendeu-se com a célebre rotatividade. Uma falsa questão a meu ver, pois nos dias de hoje é impossível construir um onze base e sujeitá-lo ao desgaste de mais de quarenta jogos, sem correr o risco de chegar ao fim da época com a equipa toda rota.

Três anos depois e com o plantel estabilizado, o problema da falta de rotinas já nem se coloca, até porque a rotatividade nunca impediu Paulo Bento de ter um núcleo duro de cinco ou seis jogadores nos quais só mexe em último caso.

Nesta época Rochemback juntou-se a Rui Patrício, Polga, Moutinho, Izmailov e Liedson no grupo dos intocáveis, donde Tonel saiu apenas por lesão, abrindo a porta a um Carriço que agarrou a oportunidade com uma notável demonstração de classe e maturidade. A este grupo juntou-se mais recentemente Vukcevic que depois de sujeito a um banho de humildade parece ter entendido que a melhor forma de convencer o treinador a pô-lo a jogar é trabalhando mais e falando menos.

Olhando para este cenário verifica-se que a defesa é o sector onde Paulo Bento mais tem mexido, principalmente nas laterais onde Abel que até aqui foi quase sempre titular à direita, parece agora ter o lugar em perigo, com Pedro Silva, Pereirinha e até Caneira à espreita duma oportunidade. No lado contrário a dança ainda não parou, porque nem Grimi, nem Caneira, nem Veloso, conseguiram mostrar um rendimento convincente.

No meio-campo a recuperação de Vukcevic contribuiu para que p losango desse lugar a um quarteto mais aberto e sem um 10 tão óbvio como Romagnoli, mas o baixo rendimento de Rochemback pode abrir espaço para Adrien silva ou mesmo Veloso.

No ataque tudo é mais simples: Liedson e mais um, com Postiga Derlei e Yannick na corrida, se bem que o guineense pareça não compreender muito bem isto, o que só pode ser mau para ele.

Chegados a uma altura decisiva da temporada com três jogos de grande importância já a seguir, Paulo Bento vai seguramente escolher aqueles em quem mais acredita, podendo num ou noutro caso ser influenciado pelas características dos adversários. Assim para o jogo de sábado não me admirava que Caneira aparecesse na direita para tapar Reyes.

De resto acredito que Postiga depois da sua boa exibição no Restelo, jogará ao lado de Liedson na frente, enquanto no lado esquerdo da defesa não arrisco entre Grimi e Veloso, se bem que este possa aparecer no lugar de Rochemback se o brasileiro não melhorar o seu rendimento, mas para já não me parece que Paulo Bento vá mexer no meio.

Quanto ao jogo em si já se sabe que os derbys são sempre imprevisíveis. O importante é não cometer erros e entrar bem para estabilizar a equipa. É preciso muito cuidado no jogo aéreo, onde eles são mais fortes do que nós e de resto é esperar que a inspiração esteja do nosso lado porque a vitória é o único resultado que nos serve.

Vamos a eles como Leões!

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