Rúben Amorim

Encerrado o curto ciclo de Jorge SilasRúben Amorim‎‎ é o senhor que segue, uma escolha que sinceramente tenho algumas dificuldades em entender, restando-me apenas desejar que quem tomou esta opção seja um visionário e tenha finalmente acertado.

Depois de Marcel Keizer, um treinador que ninguém conhecia, ter ganho duas Taças, o que já não foi mau atendendo às circunstâncias, a estrutura do futebol leonino falhou rotundamente na preparação da nova época e quem pagou foi o treinador holandês, que foi despedido tal como José Peseiro, sem que houvesse uma alternativa segura garantida.

A aposta em Leonel Pontes não passou de uma questão de fé inspirada no sucesso do Benfica com Bruno Lage, mas os resultados foram ainda piores do que eu esperava, pelo que Jorge Silas acabou por ser aquilo que se pôde arranjar e mais um falhanço anunciado.

Agora a mudança é feita sem período de transição, e parece visar o planeamento atempado da próxima época, mas mais uma vez cheira a fezada por todos os lados, neste caso inspirada no sucesso vertiginoso de Rúben Amorim‎‎ no Sp. Braga.

O problema é que o Sporting não é o Braga e não me estou a referir à qualidade do plantel, porque isso também é um exagero. O que está em causa é o estado em que se encontra esta equipa do Sporting e tudo o que a envolve.

Estando Rúben Amorim‎‎ em verdadeiro estado de graça no Braga e sendo o Sporting de hoje aquilo que é, nada aconselharia este jovem treinador a mudar-se para Lisboa, uma decisão que só se explica pelos três anos e quatro meses de contrato, o que a cerca de 100 mil Euros/mês perfaz o generoso montante de 4 milhões de Euros, que realmente é uma quantia tentadora, principalmente para alguém que não teve uma carreira como futebolista que lhe tenha permitido assegurar o futuro e que como treinador apenas está a gatinhar, pelo que este é um comboio que até poderia nunca mais lhe passar à porta.

Perante tudo isto resta-me esperar que o novo comandante da equipa principal do Sporting seja realmente um predestinado, pois só assim se compreenderá um investimento de 10 milhões de Euros num treinador ainda menos tarimbado do que o anterior e que entra em Alcochete já com o rótulo de benfiquista fanático, o que não lhe vai permitir usufruir de muita paciência da parte de algumas facções das bancadas de Alvalade, que acima de tudo estão ávidas de realçar a incompetência que Varandas teima em evidenciar.

Outro motivo de preocupações para mim é o facto de Rúben Amorim‎‎ ser uma apaixonado pelo 3x4x3, um modelo de jogo que utilizou com grande sucesso em Braga, mas ao qual os jogadores do Sporting nunca se adaptaram quando Jorge Silas o tentou implementar, até porque já se viu que neste plantel há poucos futebolistas com as características necessárias para o referido sistema de jogo.

Resumindo e concluindo, ou Rúben Amorim‎‎ confirma a sua vocação para ser um Midas que vai rapidamente dar brilho à mediocridade que se tem visto em Alvalade, ou será apenas mais um a ser triturado por esta máquina destruidora em que o Sporting se transformou, embora ao contrário de Jorge Silas, honra lhe seja feita, vá sair com as algibeiras bem recheadas, enquanto dificilmente Varandas e sua estrutura terão espaço de manobra para sobreviverem ao fracasso desta louca aposta.

Oxalá eu esteja enganado, porque caso contrário no fim pagará o Sporting, como de costume.

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